Para celebrar os 32 anos de sua fundação, a Femipa organizou, logo após o encerramento do 11º Seminário Femipa, um almoço de confraternização, que contou com a presença no ministro da Saúde, Ricardo Barros. Na ocasião, Barros fez uma avaliação do trabalho à frente do Ministério da Saúde e anunciou que deixará a pasta no dia 28 de março, retornando à posição de deputado federal e reassumindo a presidência da Comissão de Orçamento na Câmara dos Deputados. Sobre um das principais anseios do setor de Saúde filantrópico, o de um novo modelo de financiamento, o ministro afirmou que esse trabalho será feito depois que o Ministério terminar a informatização, pois assim será possível saber “o que, de fato, acontece na Saúde. Aí vamos fazer um novo modelo de financiamento”.
Ainda durante o encontro, Barros comemorou os resultados importantes no Ministério e afirmou que a eficiência da pasta ultrapassou a marca de R$ 5 bilhões. Barros disse, ainda, que o trabalho foi “uma guerra permanente na busca pela eficiência e gerenciamento de recursos humanos, para que fosse possível aplicar mais recursos na Saúde”. “Avançamos muito. Muitos receberam credenciamento, que há tempos aguardavam. Também ampliamos o serviço e os recursos e alguns procedimentos foram reajustados”, destacou.
Agora, segundo o ministro, a pasta está trabalhando na regionalização, que será um dos assuntos da próxima reunião tripartite. A ideia é que o país seja dividido em 90 regiões de Saúde, para que cada uma cuide de seus credenciamentos, tenha suas próprias referências e possa discutir o financiamento para a Saúde por região na média e alta complexidade. Ele citou, ainda, que o Brasil tem uma taxa de ocupação de 60% dos leitos dos hospitais e esse cenário precisa mudar, pois “uma taxa de ocupação tão alta é sinal de dinheiro mal gasto”.
“Vamos trabalhar com a desospitalização com qualificação dos agentes comunitários de Saúde. Queremos melhorar a resolutividade da atenção básica e repensar a mudança do modelo de financiamento, para parar de pagar por procedimento e pagar a disposição do serviço. A ideia é privilegiar a saúde, não a doença. Quando o sistema começar a financiar a saúde, com prevenção e promoção, um trabalho mais determinado de evitar que as pessoas adoeçam, conseguiremos ter uma economia de R$ 50 bilhões. Hoje, temos procedimentos em excesso, pedidos de exames em excesso. Com um novo modelo de disposição de serviços, sem pagamento pelos procedimentos, a busca será muito menor”, avaliou.
Nesse contexto, Barros reforçou, ainda, que o Ministério tem dois desafios pela frente. O primeiro é melhorar a informatização e evitar replicar exames, consultas e entrega de medicamentos, o que pode gerar uma economia de R$ 20 bilhões por ano. O segundo passo é promover a mudança de pagamento de procedimento por disposição do serviço, que vai trazer uma economia de R$ 30 bilhões por ano.
“Temos a possibilidade de ter um grande ganho de escala. A regionalização eliminará a sobreposição dos serviços. Os hospitais de pequeno porte, que têm procedimentos muito caros e muito arriscados, vão acabar se adaptando em outras funções dentro do sistema, eventualmente em cuidados paliativos, porque a população está envelhecendo e vamos precisar dessas estruturas. Assim, esses hospitais vão passar a fazer parte efetiva do sistema, mas com resolutividade, produzindo o que é realmente importante para o sistema”, destacou.
Sobre a sucessão da pasta, Ricardo Barros afirmou que o Ministério tem uma boa avaliação por parte da presidência da República e, por isso, ele acredita que a equipe que está trabalhando hoje será mantida, para que não se perca o ritmo, independente de quem for o ministro. Isso, na avaliação dele, é importante, porque será possível manter a visão da gestão, de caminhar na direção de fazer saúde, e não curar doença.
“Ainda temos muito a fazer, eu sei, com muitos problemas que precisam ser superados, mas acho que encontramos a direção certa de gestão na Saúde, de eficiência, de olhar para o cidadão. Ao final de tudo, como resultado, os cidadãos poderão ter um aplicativo em seu smartphone para saber o seu lugar na fila de cirurgia, para marcar e desmarcar consulta etc. Assim, vamos otimizar o sistema e o usuário poderá avaliar o serviço utilizado. Como o sistema será descentralizado e cada município fará do seu jeito, poderemos saber quem faz melhor pela opinião do usuário. Todo o nosso esforço é para colocar a saúde na mão do cidadão. É um enorme investimento por algo que parece simples, mas que precisamos romper muitas barreiras. Agradeço a contribuição que vocês deram para que esses avanços pudessem acontecer”, completou.
Também participaram do almoço de confraternização os deputados federais Christiane Yared e Luciano Ducci; o presidente da Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB), Edson Rogatti; a secretária municipal de Saúde de Curitiba, Marcia Cecilia Huçulak; além dos representantes dos hospitais afiliados à Femipa.
Por Maureen Bertol – Interact Comunicação
Foto: Pedro Vieira
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