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Cases de assistência e segurança do paciente mostram que é possível melhorar indicadores com medidas de gestão

Os finalistas do Prêmio Benchmarking Femipa 2018 na categoria assistência e segurança do paciente – Maternidade Mater Dei, Santa Casa de Curitiba, Santa Casa de Maringá e Hospital Evangélico de Londrina – defenderam os seus projetos em apresentações realizadas no segundo dia do 11º Seminário Femipa. O vencedor da categoria será anunciado amanhã, no encerramento do evento. A definição do vencedor será realizada por meio da avaliação de uma banca técnica somado aos votos dos participantes do seminário.

Conheça os cases finalistas

Classe 1 (Hospitais até 100 leitos)

Segurança na administração de medicamentos

Um em cada dez pacientes no mundo é vítima de eventos adversos evitáveis. O case apresentado pela Maternidade Mater Dei, de Curitiba, mostrou como a forma de capacitação adequada dos técnicos pode contribuir para reduzir o erro na administração de medicamentos. Alessandra Rossini, coordenadora de Enfermagem da Mater Dei, revelou que 64,8% das notificações de eventos adversos no hospital estavam relacionados ao uso dos medicamentos.

Com isso, a instituição identificou que era preciso atuar na capacitação dos profissionais envolvidos no processo de administração de medicamentos. Pioneira no método canguru em Curitiba, com tutores preparados para implantar esse método em outras instituições, atendimento a gestantes de baixo risco, é a maternidade que mais realiza partos SUS no Paraná com uma média de 362 nascimentos mensais.

O método para capacitar as equipes incluiu cinco etapas para diminuir distância entre teoria e prática. Para realizar essa capacitação houve a aplicação de questionário pré-capacitação, com a análise de uma situação problema abordando o processo de administração dos medicamentos. Os instrutores tinham o papel de conduzir os profissionais para que eles vissem onde estavam as falhas.

O processo superou as metas estabelecidas, capacitando 82% dos técnicos com uma melhora no desempenho das respostas pós-capacitação. “Possibilitamos um novo olhar à capacitação. A iniciativa oportunizou a aplicação do projeto nos outros setores. Além disso, foi possível instigar os profissionais para que se sentissem parte do processo e fortalecer a cultura do paciente”, afirmou Alessandra.

Classe 2 (hospitais acima de 100 leitos)

A implantação de boas práticas assistenciais com reflexo na segurança do paciente e na sustentabilidade hospitalar

É preciso criar barreiras de controle para que o ser humano não erre. O uso racional de antimicrobiano, alerta que já havia sido feito em 1998 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi ratificado em 2015 com a aprovação do plano de ação global para o combate resistência antimicrobiano.

Diante desse cenário, em 2014, o Núcleo de Epidemiologia e Controle de Infecção Hospitalar da Santa Casa de Curitiba desenvolveu um projeto visando rever os processos do setor para buscar resultados assistenciais melhores. O diagnóstico identificou pontos que precisavam ser melhorados, principalmente nas etapas de revisão e implementação de diretrizes institucionais, seguido pela redefinição dos fluxos dos processos de apoio.

O trabalho, segundo Nívia  Souza, diretora médica da Santa Casa de Curitiba, passou pela gestão clínica, o envolvimento das equipes multidisciplinares e decisões tendo como orientação a medicina baseada em evidências para a substituição de um medicamento.

Entre os resultados obtidos com a troca de medicamentos após as análises realizadas foi uma redução nos gastos, passando de 160 mil reais para 40 mil reais em gastos com antibióticos em um ano, queda na média de permanência para 4,3, aumento no consumo de antibiótico via oral, sem comprometer os índices de mortalidade e letalidade.

Riscos assistenciais: identificar para prevenir acidentes  

A Santa Casa de Maringá tinha um desafio: disseminar a cultura da segurança do paciente não apenas à equipe de saúde, mas a toda a organização, aprimorar conhecimento dos colaboradores, sensibilizar e despertar para a gestão de riscos.

O trabalho estabeleceu três etapas. Na sensibilização, foram realizadas rondas, seguida de capacitação in loco com 1003 colaborares do total de 1500 em 51 setores, dos quais 47% prestavam assistência direta ao paciente. Na terceira etapa, foi realizada uma gincana com ampla divulgação interna chamada “Gestão de riscos, eu faço”.

As equipes tinham que identificar a maior quantidade de riscos assistenciais do setor que representava e era preciso justificar, citar as barreiras existentes e, caso não houvessem, deveriam sugerir barreiras. Foram 13 equipes inscritas, 173 colaboradores participantes, que identificaram 373 riscos assistenciais e 117 barreiras.

Os resultados da gincana foram apresentados por meio de uma palestra sobre a cultura de segurança e três equipes foram premiadas. Em médio prazo, houve um aumento de 30% de notificações de incidentes, com posterior análise de modos de falhas e efeitos e sugeridas as barreiras a serem implantadas.

“Com isso, houve um aprimoramento da cultura de segurança do paciente entre os colaboradores, direcionamento do mapeamento e gerenciamento dos riscos no processo assistencial e um estímulo à reflexão sobre as barreiras que podem ser implantadas”, afirmou Gisleine Aparecida dos Reis, enfermeira supervisora de gerenciamento de riscos da Santa Casa de Maringá.

Uma próxima gincana já está agendada para o mês de abril.

Adequação do processo da cadeia medicamentosa, por meio do Lean Six Sigma

O Hospital Evangélico de Londrina focou em identificar as possíveis melhorias dos processos da cadeia de medicamentos e, para isso, foi preciso envolver todos os profissionais, tornando-os co-responsáveis no processo para garantir a segurança do paciente. “É um movimento que deve partir das lideranças da instituição”, defendeu Cristian Portela, gerente de suprimentos do Hospital Evangélico de Londrina.

O trabalho passou pela resolução de pendências associadas a três etapas: prescrição (orientação da equipe medica), dispensação (farmácias satélites, etiquetas automatizadas, identificação de medicamentos de alta vigilância e transplante, dupla checagem no posto de enfermagem) e administração de medicamentos (conferência informatizada, mudança no horário de inicio de prescrição).

Os resultados das mudanças levaram a uma série de melhorias como redução do tempo na entrega dos medicamentos com a instalação das farmácias satélites, além de redução de custos, menos funcionário no período noturno, melhoria no tempo de entrega, organização no processo de trabalho e nas rotinas e no clima organizacional com maior envolvimento dos setores.

Interact Comunicação – Assessoria de Imprensa Femipa

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