O secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, esteve, hoje (30), na abertura do 14º Seminário Femipa, que tem como tema principal “Hospitais filantrópicos: essenciais para a saúde do Paraná”. Ele aproveitou a ocasião para lançar, para todo o Paraná, o maior programa de cirurgias eletivas do Estado, o Opera Paraná, com aporte de R$ 150 milhões integralmente do Tesouro do Estado. Segundo o anúncio, o programa possibilitará a realização de aproximadamente 60 mil cirurgias a mais, nas mais diferentes especialidades. O objetivo do Opera Paraná é diminuir as filas de espera e parte da demanda reprimida, que teve um acréscimo considerável devido à pandemia, com a paralisação dos procedimentos por meses. Além do montante, o secretário revelou também que os pagamentos não vão acompanhar a tabela normal do Sistema Único de Saúde (SUS), mas, sim, a tabela do Ministério da Saúde para os processos de mutirão, que dobra os valores.
“Para níveis de comparação, o maior recurso já repassado pelo Ministério da Saúde para essa finalidade foi de R$ 19 milhões, em 2020. Neste ano, com um esforço orçamentário, conseguimos colocar R$ 150 milhões. Uma cirurgia é realizada dentro de um hospital, por isso a importância de fazer esse anúncio dentro do evento da Femipa, pois eles são importantes para o sucesso do programa. Vamos dialogar com os hospitais, que são nossos parceiros e se esforçaram muito durante a pandemia para atender os paranaenses. Esses recursos são disponibilizados pelo Estado do Paraná e pela Secretaria de Estado da Saúde, mas, se fôssemos operacionalizar somente pelos hospitais públicos, não conseguiríamos executar. Precisamos da parceria com os filantrópicos”, destacou Beto Preto.
Ainda conforme Beto Preto explicou, a Secretaria de Estado da Saúde lançou um edital de chamamento público capilarizado, para dar condições de os hospitais de pequeno e médio porte, desde que com equipes e equipamentos disponíveis e preparados, realizarem cirurgias menores, como hernia inguinal, retirada de vesícula, cirurgia de varizes, entre outras. “Assim, os pacientes poderão realizar o procedimento próximos de suas casas. Esse é o nosso conceito de regionalização, justamente para descentralizar o atendimento”, disse.
Segundo o presidente da Femipa, Charles London, eleito na noite de ontem em Assembleia Geral, o setor de Saúde filantrópico é um importante parceiro da atenção à saúde no Estado. Durante os últimos dois anos, o foco foi a Covid-19, e o segmento apoiou de forma intensa, disponibilizando a maior parte de seus leitos para atendimento à doença. Por isso, para ele, os recursos, neste momento, são muito importantes para que os hospitais possam retomar os atendimentos.
“A liberação de recursos com foco em cirurgias eletivas possibilita aumento e incremento, ainda mais nesse momento importante, de retomada da economia e da vida normal, pois o normal tem que continuar. Muitos pacientes postergaram seus tratamentos, já que, durante a pandemia, as cirurgias eletivas ficaram suspensas. Assim, o programa é importante para a nova formatação dos hospitais, que ficaram praticamente 100% dedicados ao atendimento da Covid-19 nesses últimos 2 anos e agora precisam retomar suas atividades”, explicou.
O presidente da Femipa lembrou que, tradicionalmente, algumas especialidades já têm uma demanda reprimida. Por isso, o foco será na retomada dessas, como ortopedia, cirurgia geral, em especialidades com maiores demandas. Sobre a lista de espera, ele explicou que não existe lista única, centralizada, mas, sim, por hospital, por região. “Os hospitais vão chamar os casos mais graves, de mais urgência, pois a urgência médica cirúrgica é o que prioriza os atendimentos”, reforçou.
Volume de atendimento – London afirmou que, sem dúvida, essa retomada vai trazer um trabalho intenso, com necessidade de reorganização de toda a estrutura hospitalar para esse foco. Ele lembrou que o trabalho nas entidades assistenciais não parou em nenhum momento, mas o foco era diferente e o paciente era outro. “Agora, vamos ter uma reestruturação, uma retomada de atendimento com foco em pacientes cirúrgicos. Mas os hospitais filantrópicos conseguem fazer. Somos grandes parceiros da Secretaria de Saúde. No Paraná, em especial, temos uma rede muito importante. Em algumas cidades, os filantrópicos são as únicas entidades de saúde, único hospital existente. Ou seja, temos uma participação importantíssima na construção da rede, somando aos hospitais públicos”, garantiu.
Procedimentos eletivos
Em entrevista à imprensa durante o Seminário Femipa, o secretário lembrou que, com os contratos vigentes, a rede hospitalar do Estado consegue realizar até 250 mil procedimentos de cirurgias eletivas por ano. Com a pandemia e o cancelamento das cirurgias, inclusive as pequenas ambulatoriais, houve uma demanda reprimida, e o programa vai dar seguimento aos casos que ainda são eletivos, antes que agravem. “A ideia é que esse investimento chegue em todas as regiões do Paraná. Uma parte do recurso foi para os municípios em gestão plena, e 30 ou 40% desses recursos já estão depositados. Agora, vamos realizar, paulatinamente, o pagamento do restante”, reforçou.
A destinação do recurso foi formalizada por meio da Resolução Sesa nº 1.104/202 1 e deve abranger os mais diversos serviços de Saúde do Estado, desde que se enquadrem nas normativas da Resolução Sesa n° 1.127/2021.
Demais contratos
Beto Preto lembrou que, ao longo dos últimos meses, a Secretaria está reavaliando diversas políticas do Estado. Com isso, foi possível dobrar o valor dos partos e aumentar a complementação financeira por parte do Estado nas diárias de leitos psiquiátricos. Nas próximas semanas, está prevista a revisão dos recursos do HospSUS destinados a urgência e emergência.
Fonte: Assessoria de Imprensa Femipa – Maureen Bertol
Foto: Pedro Vieira
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