As salas temáticas do Seminário Femipa receberam, na tarde desta quarta-feira, as apresentações dos cases que concorrem ao 5º Prêmio Femipa de Melhores Práticas e Criatividade. Na sala de Gestão de Assistência e Segurança do Paciente, cinco profissionais apresentaram seus cases, trazendo aos participantes uma variedade de práticas e inovações buscando a segurança, prevenção, acompanhamento e assistência aos pacientes de diversas áreas.
Confira um resumo de cada apresentação!
A primeira apresentação foi realizada pela enfermeira Thalita Teixeira, que trouxe a experiência do Centro Hospitalar São Camilo, de Ponta Grossa, com a plataforma Notifica, um Software que não precisa ser instalado e que pode ser acessado pela internet de qualquer lugar. Ele se propõe a auxiliar na comunicação, gestão e notificação de incidentes e eventos adversos, de acordo com normas de segurança.
A plataforma traz uma padronização da notificação desses incidentes dentro do hospital, adicionando recursos para uma comunicação clara e precisa sobre tais acontecimentos.
A palestrante levantou que algumas das grandes vantagens da Plataforma são a facilidade de acesso, o que melhora a adesão, o anonimato das notificações, que permite que os colaboradores possam notificar sem nenhum receio de serem identificados, e formulários personalizados por incidente. Tudo isso traz uma melhoria notável na comunicação dentro da instituição, melhorando muito a segurança dos pacientes e funcionários
Tatiana Queiroz Ribeiro de Almeida foi a palestrante que fez a apresentação do segundo case. A enfermeira estomaterapeuta do Complexo Pequeno Cotolengo trouxe protocolos de tratamento e prevenção de complicações para pacientes com estomaterapia, além de outros assistidos, do complexo onde trabalha.
A inovação trazida pela profissional está na ação de implantar um serviço de prevenção e tratamento de lesões de pele devido ao uso de produtos na região da estomaterapia, além de ajudar a trabalhar com pacientes com locomoção reduzida e que estão sob risco desse tipo de lesão, como idosos de grau II e III de dependência e cadeirantes.
Além dos cuidados com produtos, existe também um protocolo de notificação de lesões e um de movimentação e reposicionamento, com tecnologias que variam até a utilização de colchões pneumáticos para redistribuição de pressão do corpo.
O terceiro case concorrendo ao prêmio é PitStop Assistencial, um projeto de intervenção em capacitação dos profissionais da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba. A diretora assistencial Ana Paula Cappelli foi a palestrante que falou sobre como o projeto funciona.
Com a intenção de instruir e capacitar os profissionais multidisciplinares da Santa Casa, os Pit Stops Assistenciais realizavam treinamentos de forma lúdica, com a participação dos próprios profissionais como treinadores, que têm liberdade criativa para passar o material em períodos curtos de tempo, de maneira semi-informal.
Os Pit Stops eram pausas com temas variados, visando ao ensinamento e capacitação. Uma das grandes vantagens era a capacidade de realização em lugares variados e com níveis de acesso elevados para os profissionais. Muitas vezes, durante um pit stop dos enfermeiros, outros profissionais podiam parar para assistir e absorver os treinamentos, que variam em temas, falando sobre protocolos de identificação, análises de eventos, higienização e mais.
Como resultado, o projeto viu um total de 1360 Pit Stops e um aumento grande nas métricas medida, além de feedback positivo da equipe.
Não tem como falar de doação de órgãos sem falar de morte cerebral. A palestrante Renata Monholer dos Santos, enfermeira coordenadora do CIHDOTT (Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante), apresentou o case da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Maringá, onde perceberam haver uma taxa de conversão de doação de órgãos de pacientes em morte cerebral menor do que o esperado, de acordo com dados de pesquisa.
A ação realizada no hospital investigou as causas disso e percebeu a existência de diversos dificultadores para a família dos falecidos. Percebeu-se que a maior parte das entrevistas sobre doação acontecia no período noturno, quando o cansaço, deslocamento, desgaste emocional e vulnerabilidade tornavam a decisão muito mais difícil. Além disso, durante o período noturno, apenas um membro da Comissão estava presente, o que também podia ser um obstáculo.
Buscando um maior acolhimento da família, dando a eles mais tempo, abertura emocional e permitindo uma melhor comunicação, um enorme salto nas conversões foi percebido. Em 2018, 69,2% dos casos de morte cerebral na Santa Casa de Maringá traziam uma conversão em doação de órgãos. Depois das mudanças aplicadas pela equipe, essa taxa subiupara 92,3%, um aumento muito grande, capaz de salvar vidas e reduzir as filas de transplante.
Fechando o dia de palestras, Tatiana Melissa Lanski Cavazotti, enfermeira da UTI Neonatal do Pequeno Príncipe, apresentou as ações de adesão à higienização das mãos para a redução de IPAS – Infecção Primária da Corrente Sanguínea –, um dos principais problemas de uma estadia prolongada em ambiente hospitalar. Infecções hospitalares podem ser reduzidas de maneira drástica com protocolos e costumes de lavagem das mãos, mas nem todo mundo o faz.
A ação apresentada por Tatiana envolvia atitudes simples, mas que se mostraram eficazes. A mudança da localização do álcool gel para um lugar mais oportuno, a disponibilização de um suporte de álcool por leito, a criação de formulários para a conformidade do álcool gel, o treinamento e definição de um responsável pela higienização por equipe são alguns destes métodos.
A taxa de adesão de higienização das mãos antes da intervenção era de 69%, enquanto que, após o programa, está sempre acima de 77% – o mínimo que se exige é um alcance de 75%. A redução de IPCS foi de um total de 56% graças à melhoria de todos os processos.
Texto: Assessoria de imprensa Femipa – Breno H. M. Soares
Foto: Thiago Vieira
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