Gestão salva vidas. Os números apresentados pelos palestrantes na sala temática Gestão Hospitalar do 16°Seminário Femipa, no decorrer da quarta-feira (dia 20), comprovaram isso. A começar pelo presidente do grupo IAG Saúde e cofundador do DRG Brasil, Dr. Renato Couto, que iniciou a apresentação do tema “Entrega de valor: o relacionamento hospital, operadora/SUS e o paciente”. Ele trouxe, em números, uma das grandes “dores da gestão hospitalar”, o descompasso entre o nível de complexidade da medicina atual e o modelo de compras, que representam juntos um desafio. “A Medicina se tornou um sistema complexo, porém, o modelo de compras não acompanhou. E o desalinhamento de interesses impacta nos resultados que geram a medicina oferecida no século XXI”, sentenciou.
Para trazer à tona o quanto a gestão impacta vidas, Couto trouxe alguns dados bastante significativos. Ele tomou de exemplo a pandemia, em que foram 421 milhões de internações no âmbito mundial, com 42,7 milhões de eventos adversos. “Adversos se entende por falhas na entrega durante a assistência hospitalar”, esclareceu. Outro dado trazido por Couto, de 2016 do IESS (Instituto de Estudos de Saúde Suplementar), dá conta que, das mortes registradas em hospitais e unidades de saúde (mais de 1,3 milhão), estima-se que 112.697óbitos poderiam estar relacionados aos chamados eventos adversos graves relacionados à assistência hospitalar, sendo que 54.769 foram considerados óbitos atribuíveis e 36.174 óbitos preveníveis. “Há muitas falhas. São consumidos muito recursos em um sistema em que 85% dos custos são fixos e podemos afirmar que nos hospitais 14% dos custos é desperdício”, destacou.
Uma das situações mais clássicas de desperdício é o paciente ficar mais tempo do que o necessário no leito por falta de receita ou do profissional para dar alta. Em números apresentados por Couto, a taxa de desperdício de leitos é de 49,4%. Em números absolutos, a referência nacional é que dos 200 mil leitos disponíveis no Brasil, 29.258.463,3 mil têm diárias utilizadas adequadamente e outras 14.465.401,1 tendem ao desperdício por má gestão.
Transformação
Com a metodologia DRG (Grupo de Diagnósticos do inglês – Diagnosis Related Groups), usada para aperfeiçoar os atendimentos, o modelo remuneratório e a gestão de saúde como um todo por governo, hospitais e operadoras em inúmeros países e alguns estados também têm implementado esse sistema. Couto apresentou as experiências da implementação do sistema de bonificação do Valora Minas e do SUS do Espírito Santo, com um salto de eficiência na gestão de leitos em um curto espaço de tempo e com percepção de qualidade no atendimento por toda a população.
Unimed Paraná – Valor em saúde
O Diretor de Saúde da Unimed PR, Dr. Faustino Garcia Alferez, também palestrou sobre o tema “Entrega de valor: o relacionamento hospital, operadora/SUS e o paciente”, trazendo a experiência da Unimed Paraná na mudança de foco em colocar o valor na saúde, além do robusto investimento em tecnologia para integrar todos os setores e melhorar o fluxo de informações e processos. Alferez defendeu a importância de colocar “o paciente no centro, visando à melhor experiência assistencial e o desfecho clínico de qualidade”. Outro ponto de destaque é a linha de atenção à gestante que a Unimed tem desenhado do pré-natal ao parto e pós-parto.
Texto: Assessoria de imprensa Femipa – Magaléa Mazziotti
Foto: Pedro Vieira
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