“Se tem algo que os bancos não fazem é rasgar dinheiro. As organizações que vocês (profissionais da saúde) trabalham vão ser cada vez mais avaliadas por isso (ESG)”. Essa foi uma das tendências anunciadas por uma sumidade em sustentabilidade hospitalar no Brasil e em processo de verificação, Rodrigo Carlos Henriques, durante a palestra “ESG: estratégia e gestão para hospitais filantrópicos”, apresentada na quarta-feira (dia 20), no 16° Seminário Femipa. Sócio-fundador da Consultoria Lanakaná Princípios Sustentáveis e vice-coordenador do Grupo de Trabalho Setorial do Comitê Brasileiro de Pronunciamentos de Sustentabilidade (CBPS), Henriques mostrou que as organizações em todo o mundo, inclusive no Brasil, estão sendo cada vez mais avaliadas por suas práticas ambientais, sociais e de governança (ESG).
Outra transformação em curso e que caminha lado a lado com o ESG são as mudanças climáticas. “Os diagnósticos, os chamados assessment, não só são gerados com base nos riscos financeiros, mas também nos riscos climáticos do negócio. Estima-se que, até 2050, 750 hospitais irão desaparecer por estarem localizados em regiões costeiras, ou seja, em regiões de riscos de intempéries”, apontou. Segundo ele, isso leva à revisão de vários processos, mas abre para infinitas oportunidades de negócios. “Há todo um campo inexplorado do impacto da mudança climática na saúde da mulher. Uma oportunidade de US$ 1 trilhão”, destacou. Seja como investimento ou para obtenção de crédito, o fato é que o ESG virou uma moeda de troca cada vez mais consistente na gestão hospitalar.
Monitoramento constante para fazer a roda girar
A especialista em Sustentabilidade Renata Celi Carvalho de Souza Pietra, responsável por implementar o ESG na Unimed BH – Central dos Hospitais de Minas Gerais e FBH, também trouxe toda a sua vivência sobre o tema “ESG: estratégia e gestão para hospitais filantrópicos”. Na prática da Unimed, ela contou que a implementação foi passo a passo. “O ESG começa aos poucos e se integra. A ideia é que isso seja um ciclo, e todo ano você repassa todos os pontos”, descreveu. “Assim, você entende o apetite da casa e os planos de ação para escolher as metodologias que serão usadas”, acrescentou.
O pulo do gato, na visão da especialista, reside no constante monitoramento, a fim de que sejam feitas as implementações das estruturas necessárias para que as coisas de fato aconteçam. Uma das ações mais bem-sucedidas veio sem custo extra do melhor aproveitamento da área Comunicação da própria Unimed BH, que tem trabalhado a máxima do respeito e o combate ao assédio e mostrado o impacto que a discriminação tem na vida das pessoas, com um posicionamento claro em prol da diversidade em várias campanhas. “A maturidade do ESG começa a acontecer, e já começamos a ser procurados por outras operadoras”.
Texto: Assessoria de imprensa Femipa – Magaléa Mazziotti
Foto: Pedro Vieira
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