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14º Seminário Femipa: experiências expostas no seminário da Femipa focam na qualidade de vida após superação da doença

O tratamento de pacientes no período pós-Covid foi tema de palestras na sala temática “Gestão de Assistência e Segurança do Paciente” nesta quarta-feira (30), durante o 14º. Seminário Femipa. Representantes da operadora Unimed Paraná e do Hospital Angelina Caron, em Campina Grande do Sul, expuseram ações e estudos envolvendo pessoas que sofreram sequelas e precisaram de medidas de reabilitação para resgatar a qualidade de vida.

Os palestrantes apresentaram resultados preliminares de estudos envolvendo pacientes submetidos a equipes multidisciplinares com médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas, assistentes sociais e vários outros profissionais que atuam no setor de saúde.

O Programa de Gerenciamento Pós-Covid da Unimed Paraná envolveu 626 beneficiários. O estudo mostrou que 319 pacientes (51%), por exemplo, sofreram sequelas pulmonares. Outros 275 estudados (44%) tiveram sequelas neuropsiquiátricas, como ansiedade, depressão, déficit de memória e de concentração.

Novas sequelas

O médico geriatra Halsey Costa Resende, gerente de Atenção à Saúde da Unimed-PR, disse que, diante do estudo preliminar, novas sequelas ainda terão de ser monitoradas. “As pessoas sofrem esgotamentos com a pandemia e tiveram uma espécie de Síndrome de Burnout”, disse Resende.

O acompanhamento feito dos pacientes por equipes multidisciplinares, envolvendo desde médicos a psicólogos, fisioterapeutas e nutricionistas, foi determinante para resgatar a autonomia dos pacientes. A finalidade era para que eles pudessem continuar o tratamento em clínicas especializadas.

“Quando a gente olha as linhas de cuidados, elas se concentraram na equipe multidisciplinar”, afirmou o médico da Família Rodrigo Cechelero Bagatelli, do Centro de Atenção à Saúde Personalizada da Unimed-PR.

Por outro lado, o mesmo estudo mostrou que o acompanhamento dos pacientes se reverteu em economia para o sistema de saúde. Foi constatada, por exemplo, queda no retorno de internações dos pacientes – média mensal que era de 0,7 foi para 0,1. No retorno das consultas no Pronto Socorro, a média mensal de 1,8 consultas caiu para 0,4 no mesmo período.

Reintegração

O Hospital Angelina Caron criou um espaço para o tratamento de pacientes que tiveram sequelas da Covid no Centro de Reabilitação da Instituição. Mais uma vez, a presença da equipe multidisciplinar foi decisiva para atuar com os participantes do programa. “O papel da equipe multidisciplinar foi muito importante”, afirmou a médica Chiara Maria Tha Crema, coordenadora do Centro de Reabilitação do Hospital Angelina Caron.

A médica ressaltou que a finalidade das ações era não só recuperar o paciente, mas poder realizar sua reintegração social e ocupacional, considerando, inclusive, as limitações remanescentes.

Tratamento

Os estudos constataram que a fadiga foi a principal consequência sofrida pelos pacientes que conseguiram sobreviver à Covid-19. Os tratamentos precisam ser individualizados, com estratégias de conservação de energia, padrão alimentar saudável e hidratação. A ideia é que, dentro das possibilidades, a reabilitação comece já durante o internamento na UTI, ressaltou Chiara.

O universo de pesquisa no Angelina Caron envolveu 22 pacientes de pós-Covid. Houve possibilidade de realizar a reavaliação em 20 deles. Chamou a atenção que 12 pacientes, ou seja, a maioria, foi encaminhada para acompanhamento psicológico, confirmando outros estudos a respeito de sequelas da Covid que envolvem a questão emocional.

Fonte: Assessoria de imprensa Femipa – Dimitri Valle

Foto: Thiago Vieira

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