Antes mesmo da pandemia, a ansiedade já rondava a sociedade e pressionava a questão da saúde mental. Não dar conta se mostrou um lugar comum diante do volume de informações que estavam sendo geradas e continuam, como por exemplo o fato de que a cada 26 segundos, um novo paper é publicado na área médica. Durante a pandemia, esses fatos geraram uma pressão adicional aos profissionais de saúde com a complexidade do trabalho e culminou em uma crise de saúde mental. Essa abordagem foi apresentada pelo CMO e Co-Founder do Jungle Medical Science for Business, Pedro Shiozawa, na palestra ‘Saúde mental: abordagem e acompanhamento dos profissionais de saúde’, primeiro tema exposto na tarde desta quarta-feira (30), na sala de Gestão de Pessoas, durante a 14ª edição do Seminário Femipa.
Assim como vem sendo debatido em diversos segmentos, nesse contexto o burnout recaiu sobre a área da saúde. “Ainda há uma confusão grande sobre a questão do burnout. Lidamos com diagnósticos mal feitos para prognósticos mal feitos, então a pessoa até é afastada e melhora em casa, mas não consegue voltar à interação no trabalho. Por isso, é preciso endereçar corretamente quando estamos falando em saúde mental. Está melhorando, mas ainda é uma jornada”, pontuou o palestrante.
Para conseguir justamente administrar a saúde emocional das equipes em ambientes hospitalares, Shiozawa aponta como fundamental o papel dos gestores para que isso reflita nas demais camadas hierárquicas das instituições. “É preciso criar um ambiente de confiança e segurança psicológica, para que as pessoas possam contar como estão se sentindo. E o gestor precisa ouvir e dar segurança ao profissional, gerando empatia”, explicou o palestrante.
Segundo Shiozawa, nesse cenário é preciso atenção das lideranças em evitar o aconselhamento. Isso porque emitir uma opinião para a pessoa superar um momento de crise pode recair em não considerar o contexto entre o que a pessoa relata e se refere ao aspecto profissional e aquilo que tange o pessoal. Assim, a estratégia indicada na gestão da saúde emocional passa por ‘Escutar’, ‘Validar’ e ‘Acompanhar’ (E.V.A.), o que é corroborado por pesquisas realizadas pelas melhores empresas para se trabalhar, em que as pessoas se sente acolhidas quando têm a “sensação de que a gestão estava preocupada conosco”.
Prevenção
A questão do ‘Acompanhar’ é um caminho para a eficácia de outras estratégias, pois não é suficiente oferecer um programa de wellness para que as pessoas façam atividades e evitem a sobrecarga. Para adotar um programa e contar com adesão é preciso mapear os riscos e manter a proximidade com as pessoas, a fim de diminuir o turnover (demissões). Nesse ponto, unem-se as áreas de RH, TI e a comunicação.
Finalizando, Shiozawa deixou a mensagem: ‘assuma o controle, você é o seu melhor case’ e indicou uma lista com perguntas, sugerindo que essas questões sejam levantadas rotineiramente, para não chegar aos extremos, e sempre questionar sobre o que está fazendo sentido em relação às aspirações profissionais e pessoais. Confira e aplique:
Fonte: Assessoria de imprensa Femipa – Giórgia Gschwendtner
Foto: Pedro Vieira
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