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Pequeno Cotolengo mostra formas de diversificar a captação de recursos

A programação principal do 11º Seminário Femipa começou com as tradicionais salas temáticas. Na sala de “Gestão Hospitalar”, a primeira palestra ficou por conta de Jaime Rech, gerente do Bazar da Amizade do Pequeno Cotolengo, que falou sobre “Sustentabilidade e diversificação na captação de recursos”. Hoje, a instituição tem 197 moradores com deficiência física e psíquica, entre crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos de ambos os sexos, que foram abandonas pelas famílias. São cinco grandes lares, sete casas lares, área total de 120 mil metros quadrados e área construída de 15 mil metros quadrados e 394 colaboradores.

Cada morador tem um custo médio mensal de R$ 8.209,00. Segundo Rech, o custo é alto e todo o trabalho só é possível graças às pessoas que acreditam na causa. Além disso, para que a entidade possa sobreviver, existem várias fontes de receitas, como o Bazar da Amizade, telemarketing, doações, projetos, bingo e ações entre amigos, eventos, produtos sociais e convênios (prefeituras, Estado e benefícios sociais).

O Bazar, por exemplo, existe já 30 anos e foi desenvolvido com grande apoio da comunidade, que sempre doou produtos, como roupas, móveis etc. Como a demanda aumentou significativamente, a entidade fez um projeto de ampliação do espaço junto à empresa holandesa Anton Jurgens, saindo de 50 metros quadrados para 600 metros quadrados. Depois, um projeto foi submetido ao Ministério Público do Trabalho para angariar fundos e fazer uma nova ampliação. Com esse recurso, foi possível dividir melhor os espaços, com uma nova área para roupas e móveis em melhor estado. Hoje, o bazar representa 10% de toda a receita do Pequeno Cotolengo.

Rech conta que a entidade sempre teve que enfrentar grandes desafios e, para isso, foram desenvolvidos projetos para fazer com que outras pessoas apoiassem a causa. A cada desafio, o grupo trabalhava para encontrar uma solução. Foi assim que a instituição conseguiu aumentar sua representatividade e alcançar parceiros estruturais, parceiros de gestão e parceiros internos. Os parceiros de gestão ajudaram o Bazar da Amizade a realizar um planejamento estratégico, que trouxe resultados expressivos, em cima de metas estabelecidas no início de cada ano. Em 2017, por exemplo, a meta do Bazar era crescer 7,61%, mas o crescimento alcançado chegou a 15,09%. Com relação ao lucro, o objetivo era chegar a 63,39% de lucro líquido. No fim do ano, o grupo enxergou um percentual de 65,25% de lucro líquido.

Segundo o gerente, esses resultados mostram a importância de um planejamento estratégico, para saber onde a instituição quer e pode chegar. “Temos que ter visão de negócio. Tudo o que é planejado gera melhoria nos processos. Conseguimos avanços significativos a partir do planejamento. Por isso, hoje, sempre mantemos planos de ações, criamos metas, estabelecemos indicadores, desenvolvemos nossos processos e buscamos parceiros”, garantiu.

Atualmente, o Pequeno Cotolengo tem três caminhões para coleta de doações. Neste ano, por conta do aumento da demanda, mais um caminhão será colocado na rota. Além de oferecer produtos de qualidade à população, por um valor mais baixo, o Pequeno Cotolengo também utiliza o Bazar como uma forma de valorizar os moradores, já que, uma vez por semana, eles são levados pela mãe social para o local para escolher suas próprias roupas e calçados. Os produtos escolhidos seguem para a lavanderia e depois são entregues aos moradores. “Assim eles se sentem valorizados, como parte do processo”, explicou.

Além de roupas, calçados, móveis, entre outros objetivos, o Pequeno Cotolengo recebe doações também de produtos que podem ser reciclados. Para utiliza-los no Bazar, a entidade criou um centro de reciclagem. Agora, a instituição terá um centro de triagem. Assim, com a ajuda de voluntários e dos moradores, será possível reformar produtos doados ou dar novos destinos às doações.

A instituição

O Pequeno Cotolengo é uma entidade católica criada para cuidar de pessoas com deficiências mentais e psíquicas que foram abandonadas. A missão é melhorar a qualidade de vida e proporcionar inclusão social à pessoa com deficiência múltipla. “Queremos ampliar o impacto social pela excelência no atendimento humanizado e inclusivo”, afirmou Jaime Rech. Além dos lares e das casas lares, a instituição vai inaugurar, no fim de março, a Casa do Idoso, para pessoas que já atingiram 60 anos de idade. O Pequeno Cotolengo conta, ainda, com um centro de reabilitação, que atende aproximadamente 15 especialidades, e mantém uma parceria com o hospital São Vicente. Dentro da área da entidade também há uma escola do Estado, onde os 197 moradores estão matriculados dentro da modalidade especial para aprenderem e se desenvolverem. Para proporcionar qualidade de vida aos moradores e promover a inclusão, o Pequeno Cotolengo também tem uma casa na praia e organiza regularmente visitas a teatro, circo, entre outros.

Em 2017, a entidade ficou entre as 100 melhores ONGs para se doar. Na região Sul, ficou em primeiro lugar. Além disso, está entre as 50 melhores empresas do Paraná para se trabalhar. Do terceiro setor, o Pequeno Cotolengo foi a única empresa a figurar neste ranking.

A instituição conta também com voluntários para ajudar no processo, chegando a 600 pessoas por mês. O tradicional churrasco da entidade, por exemplo, é totalmente organizado e produzido pelos voluntários. Eles trabalham também panificadora, que tem produção diária de 1.200; na casa de costura, com reformas e confecções; na casa de fraldas, com produção de 18 mil fraldas geriátricas por mês; entre outros.

Para saber mais sobre o Pequeno Cotolengo, acesse o site: http://www.pequenocotolengo.org.br/

Por Maureen Bertol – Interact Comunicação

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