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Levantamento mostra os benefícios que hospitais filantrópicos entregam à sociedade

Já está tudo pronto para a 12ª edição do Seminário Femipa, tradicional evento que vai acontecer entre os dias 13 e 15 de março, na sede da Associação Médica do Paraná (AMP), em Curitiba (PR). Neste ano, a palestra magna ficará por conta de Pedro Henrique de Mello, consultor da DOM Strategy Partners e coordenador do relatório organizado pelo Fórum Nacional das Instituições Filantrópicas (Fonif), intitulado “A contrapartida do setor filantrópico para o Brasil”.

A apresentação está marcada para o dia 14 de março, às 09h, no auditório principal do evento. De acordo com Mello, o principal objetivo do documento é mostrar não só à sociedade, mas também aos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, que as instituições filantrópicas são fundamentais para o desenvolvimento do país. “Esse relatório conseguiu fazer um raio-x da filantropia, mas precisamos fazer com que o estudo chegue à sociedade para, em primeiro lugar, proteger as diversas iniciativas que existem. Além disso, para preservar o setor e garantir uma maior valorização, para que se tenha mais direcionamento de investimento, recursos, doações, voluntariado. Quanto mais essas instituições tiverem apoio da sociedade e do governo, mais retorno elas darão ao país”, garante.

Para se ter uma ideia da representatividade dos filantrópicos da Saúde por Estado, o coordenador da pesquisa destacou que no Rio Grande do Sul, por exemplo, que está em primeiro lugar na lista, 73,5% dos procedimentos do Sistema Único de Saúde (SUS) são realizados por instituições filantrópicas. Em segundo lugar vem Mato Grosso do Sul, com 70,1%; seguido de Minas Gerais, com 68,7%; São Paulo, com 58,3%; Santa Catarina, com 54,1%; e Paraná, com 53,8%.

“Esses são os Estados com maior representatividade. A média geral aponta que 53% dos atendimentos SUS são realizados pelas santas casas e hospitais filantrópicos, e o índice atinge 60% na alta complexidade. Isso mostra a importância desse setor na área da Saúde, que é dependente dessas instituições. Por isso, precisamos trabalhar por iniciativas de reconhecimento e valorização do setor filantrópico como um todo”, avalia.

Para a pesquisa, Mello comenta que o Fórum buscou utilizar indicadores oficiais, que são os dados públicos. A primeira versão foi de 2016 e 2017, e apontou que considerando aproximadamente R$ 12 bilhões de isenção por ano, chega-se a um número de 1 para 6: a cada R$ 1,00 de imunidade que as instituições filantrópicas possuem, elas devolvem, em média, R$ 6,00 para a sociedade.

“Fizemos uma análise quantitativa e qualitativa, buscamos indicadores de acreditação dos hospitais, de qualidade do serviço prestado, produtividade etc. Percebemos que muitos municípios, por exemplo, não têm hospital geral, somente hospital filantrópico, tudo para mensurar qualitativamente o retorno dessas instituições. E chegamos à conclusão que o segmento filantrópico multiplica o que recebe em benefício da sociedade”, afirma.

Desde que foi lançada, a pesquisa vem sendo apresentada para todas as autoridades. No início de 2019, representantes do Fonif e das instituições filantrópicas levaram o documento ao presidente Jair Bolsonaro e ao chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. Segundo Mello, o relatório foi amplamente divulgado, e muitos receberam essas informações com surpresa. Os dados também já estão sendo compartilhados com o novo governo. Agora, o Fórum espera agregar mais dados e, para isso, está buscando essas informações junto às instituições. O coordenador adianta que um novo relatório deve ser lançado em fevereiro, e a participação dele no 12º Seminário Femipa já trará os dados atualizados.

“Esse novo relatório vai trazer ainda mais informações. A primeira pesquisa foi bem exploratória, já essa nova foi bem estruturada, e procuramos entrar nos detalhes, olhando por região, Estado, município. Conseguimos ver qual a porcentagem da parte hospitalar de cada Estado, por exemplo, está com entidades filantrópicas. Fizemos mapa de Estado a Estado. Projetamos também uma evolução do trabalho, que é disponibilizar essas informações para consulta pública. Vamos colocar mapas para que qualquer pessoa possa acessar e para que, assim, a sociedade conheça e ossa defender e valorizar mais essas instituições”, completa.

Programação

Além da palestra magna que vai apresentar o novo relatório produzido pelo Fonif, a programação principal já tem importantes confirmações. Francisco de Assis Figueiredo, secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, vai participar do painel “Rede hospitalar filantrópica, o SUS e a visão do governo federal”, juntamente com o presidente da Femipa, Flaviano Feu Ventorim, e o presidente da Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB), Edson Rogatti. O coordenador geral de Sistemas de Informação do Ministério da Saúde, Leandro Tanitz, também já garantiu a presença no evento, para falar sobre “Conjunto Mínimo de Dados”.

A grade de programação inclui, ainda, o tema “Preparando-se para o DRG”, com os palestrantes Renato Camargos Couto, co-fundador da DRG Brasil; Faustino Garcia Alferez, diretor de Saúde e Intercâmbio da Unimed Paraná; e um representante de instituição filantrópica. Foram convidados para fechar o evento o governador do Paraná, Ratinho Junior, e o secretário de Estado da Saúde, Carlos Alberto Gebrim Preto.

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