Além do 3º Encontro de Assessores de Comunicação, a programação paralela do 9º Seminário Femipa também trouxe o 2º Fórum de Direito da Saúde. Na parte da manhã, cada um dos eventos teve programação própria, mas como as duas áreas têm assuntos de interesse comum, na parte da tarde jornalistas e advogados assistiram, juntos, palestras que falaram sobre “Gerenciamento de crise como preservação da imagem do hospital”.
Uma das convidadas foi a jornalista Carla Fornazieri Costa, coordenadora de Desenvolvimento Organizacional da Boehringer Ingelheim do Brasil. Carla citou que as crises acontecem por fatores incontroláveis e, por isso, todas as instituições estão suscetíveis a danos de imagem. Os principais temas que geralmente deixam os hospitais em risco são negligência médica, greve, falta de vagas, falta de medicamentos, obras, corrupção, acidentes com pacientes, entre outros.
“O profissional de Comunicação deve estar preparado e presente em todos os comitês e grupos de discussão que existem dentro do hospital, para que possa sempre mostrar a importância dos cuidados nas redes e na troca de informações”, afirmou.
De acordo com Carla, os hospitais também precisam tomar cuidado com pacientes notórios, que são pessoas famosas ou aquelas envolvidas em casos de grande comoção social, porque eles podem gerar situações difíceis para a instituição, já que mudam toda a rotina e os fluxos internos. “A imprensa vai acompanhar a permanência desses pacientes no hospital independente do tempo que ele ficar internado. Por isso a necessidade de estarmos bem preparados e bem alinhados, porque jornalistas ligam 24 horas por dia em busca de informações e atualizações, e a falta de informação gera especulação negativa”, alertou.
Para que a comunicação seja feita da melhor forma, todos os colaboradores de todas as áreas devem estar envolvidas nos treinamentos, e o assessor deve sempre lembrar aos funcionários que a imagem do hospital tem que ser zelada e preservada.
Por fim, Carla afirmou que o profissional de comunicação da instituição deve estar sempre alertando os funcionários sobre os riscos em potencial que podem cair na imprensa. O primeiro passo é identificar e avaliar os riscos, para, depois, preparar um posicionamento. Outro ponto que merece atenção é a comunicação com as famílias, porque a falta de informação pode se tornar um problema. “Antecipe-se, prepare o público interno, alinhe as ações com a área jurídica, realize treinamentos e sempre faça reciclagens. Vamos preparar ao máximo todos que estão envolvidos no dia a dia do hospital para que a comunicação seja eficiente, evitando, assim, danos à imagem da instituição”, completou.
A visão do departamento jurídico
A segunda palestrante do painel foi Ana Cláudia Pirajá Bandeira, assessora jurídica da Santa Casa de Maringá. Ela apresentou algumas situações vividas no dia a dia e citou o posicionamento do hospital para resolver o problema. Ela lembrou que erros acontecem, e que a instituição deve estar bem preparada e alinhada. A primeira pergunta que deve estar na mente de todos os colaboradores é quem tem condição de responder pelo hospital.
Além disso, Ana Cláudia afirmou que é fundamental que o departamento jurídico participe de todas as discussões e revise todos os procedimentos definidos. Ela afirmou que é fundamental que o hospital tenha protocolos e posições jurídicas e um bom projeto de gerenciamento de risco.
“Temos que pensar em estratégias jurídicas para trabalharmos em conjunto com o departamento de Comunicação e a direção do hospital. É essencial que possamos assumir cada paciente com responsabilidade”, garantiu.
Case de sucesso
Para fechar os encontros de Comunicação e Direito, Simone Lopes Simioli, diretora geral do Hospital Universitário Cajuru, apresentou o case de sucesso do hospital, lembrando que o maior desafio da instituição foi mudar a percepção negativa que a imprensa e a sociedade tinham do hospital e aumentar as inserções positivas.
“Além de tudo isso, também queríamos promover ações de conscientização e prevenção para a população, e mudar a visão que a população tem sobre os hospitais que são 100% SUS”, comentou.
Todos os objetivos foram alcançados e o Hospital Cajuru conseguiu resultados surpreendentes, principalmente o mais desejado, que era mudar a imagem do hospital. Para isso, investiu-se em comunicação e treinamento para que todos estivessem preparados para enfrentar qualquer solução. E mais: o departamento de Comunicação da instituição criou uma campanha para divulgar informações básicas à população, como os números do SAMU e Siate, em que caso solicitar cada um dos serviços, como funciona o Sistema Único de Saúde e muito mais. Essa ação teve grande repercussão da mídia paranaense e chamou a atenção de outros estados, como São Paulo, por exemplo, que criou um aplicativo de celular para disponibilizar a cartilha. Clique aqui para acessar a cartilha e saber mais.
Veja as fotos do primeiro dia de evento no Facebook da Femipa, neste link.
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