Quando falamos sobre o impacto que um hospital causa em uma comunidade, é instantâneo pensar unicamente nos desdobramentos que envolvem a saúde. Contudo, como debatido durante a tarde desta quarta-feira (30) no 15º Seminário Femipa, a relação de uma instituição hospitalar com a sociedade vai muito além do acesso à saúde. Ela também reflete em questões como a geração direta e indireta de empregos, no descarte correto de insumos e equipamentos, e muitos outros.
A abordagem foi realizada pelo diretor corporativo do Complexo Pequeno Príncipe, José Álvaro Carneiro, que exemplificou a relação de uma gestão eficiente com o impacto na comunidade a partir dos números da instituição. “A importância vai muito além do nosso setor de atuação, que é a saúde. Quando o assunto é impacto, é necessário olhar para o papel relevante que uma instituição tem no desdobramento econômico da cidade”, citou.
Localizado no mesmo endereço há quase 100 anos, o prédio que aloca o Hospital Pequeno Príncipe (HPP) já se tornou uma referência para quem conhece a cidade de Curitiba. De acordo com o diretor, a estrutura hospitalar conta com 13 imóveis locados, além de movimentar uma série de empreendimentos no entorno, como estacionamentos, restaurantes e hotéis que dependem quase que totalmente do hospital. Ou seja, o impacto de geração de emprego, renda e outras questões adversas ultrapassa – e muito – os muros da instituição.
Essa estrutura invisível que impacta a sociedade, conforme Carneiro, movimenta um universo que é muito maior que o próprio hospital ou que a emoção do paciente que está internado – como costumamos pensar quando falamos dos reflexos da instituição na comunidade. “Um exemplo é a reciclagem e destinação dos computadores que utilizamos no hospital. Anualmente, 25% deles são descartados. No entanto, para isso, nós temos uma parceria com uma ONG que atua na reciclagem desses equipamentos, os direcionando, quando possível, para pessoas e instituições que precisam”.
Esses são exemplos de como a gestão eficiente da instituição gera uma escala de impactos. Os mesmos seriam negativos caso o gestor não olhasse para a comunidade em que o hospital está inserido, deixando de lado o papel sustentável e social que o negócio possui. De acordo com o moderador do painel e CEO do Hospital Evangélico de Londrina, Eduardo Otoni, essa visão também é totalmente aplicada em hospitais de pequeno ou médio porte, localizados em cidades menores.
Segundo o gestor, muitas vezes tais instituições são as grandes geradoras de renda desses municípios, movimentando a economia local de uma maneira contundente. “Também não podemos deixar de lado o papel de formador de opinião que o hospital possui. Nós somos responsáveis por ajudar a sociedade evoluir para além das questões da saúde, mas realmente pensando em um ecossistema sustentável”, finalizou.
Texto: Saúde Debate
Foto: Pedro Vieira
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