Notícias 2016

Associação Comercial e Federação das Indústrias do Paraná propõem união de esforços ao setor filantrópico da Saúde

Representantes do comércio e da indústria discutiram no 9º Seminário Femipa os impactos da crise econômica para a Saúde

A Federação das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Beneficentes do Estado do Paraná (Femipa) deu mais um passo importante no seu papel representativo. A entidade foi convidada pelo presidente eleito da Associação Comercial do Paraná (ACP), Glaucio Geara, para integrar o Conselho das santas casas e hospitais filantrópicos que será criado pela associação. O convite foi feito durante a participação no 9º Seminário Femipa, que encerrou nesta sexta-feira, 11, em Curitiba (PR).

Já o superintendente da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Reinaldo Tokus afirmou que é possível integrar a Femipa ao Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial, que tem como missão articular as competências de Responsabilidade Socioambiental Corporativa das empresas e dos diferentes setores da sociedade para estimular o desenvolvimento sustentável do Paraná. “Esse espaço pode servir não só para perceber onde estão as dificuldades e necessidades do setor industrial, mas também para colocar as necessidades das instituições de Saúde, sempre tendo como viés a sinergia com o setor produtivo”, afirmou.

Geara e Tokus participaram ao lado do presidente da Femipa, Flaviano Feu Ventorim, do último painel do evento que abordou as perspectivas para o futuro na visão do comércio e da indústria.

Para o presidente da Femipa, esta é uma oportunidade de unir esforços com entidades de grande representatividade e de avançar em discussões e propostas de soluções para os problemas da Saúde, que afetam a vida de todos os cidadãos.

Na visão do futuro presidente da ACP, que vai assumir o mandato no início de 2017 e ficará no cargo por três anos, as entidades filantrópicas sobrevivem às crises há mais de 50 anos, e a situação só vem se agravando. Segundo ele, o comércio também não vive um bom momento e enfrenta a pior crise dos últimos 25 anos, com queda de 8,6% nas vendas encerramento de mais de 100 mil estabelecimentos comerciais, que representam 13% do total, e fechamento de 268 mil postos de trabalho formais. Esse último dado também afetou a Saúde, porque com o desemprego, muitos perderam o direito ao plano de saúde e acabaram migrando para o Sistema Único de Saúde (SUS), o que aumentou a demanda. Dados da Agência Nacional de Saúde (ANS) mostram que, somente em Curitiba, em 2015, 17 mil beneficiários deixaram a saúde suplementar.

No Paraná, Estado que representa 6% do PIB nacional, a queda nas vendas foi de 4,5%, e mais de oito mil estabelecimentos comerciais encerraram as atividades, fato que colocou o Paraná no terceiro lugar no ranking nacional. Além disso, 30 mil postos de trabalho formais foram fechados, e o Estado viveu 17 meses consecutivos de retração.

Mas apesar de números tão alarmantes, Geara destacou que o segundo semestre de 2016 mostra sinais de recuperação. O Paraná teve saldo de mais 533 pessoas empregadas, o que mostra a abertura de novas vagas de empregos na área de comércio e serviços. A previsão é de que sejam criados mais 135 mil empregos temporários para o Natal. Também há a expectativa de que a inadimplência do consumidor tenha uma redução de 3% no Estado. Ou seja, a confiança do empresário do comércio está melhorando no último trimestre do ano. “Mesmo com toda a crise, temos condições de lutar. Somos geradores de emprego e temos que somar forças”, garantiu.

Para o futuro, Geara disse que a entidade luta para que o Brasil volte a ter uma economia sustentável e, por isso, apoia as causas do setor produtivo, sugerindo: governo reduzido; estado menor; aprovação da PEC 241/2016; reforma tributária, com correção dos excessos que se verificam na carga dos tributos e simplificação do sistema de imposição tributária e de arrecadação; reforma trabalhista, com modernização das normas que regem as relações de trabalho, principalmente com vistas a estimular o empreendedorismo; e reforma previdenciária, buscando o encontro do equilíbrio econômico-financeiro do sistema previdenciário brasileiro, possibilitando-lhe autossustentabilidade.

Na avaliação do superintendente da Fiep, apesar de ser a terceira maior força nacional, a indústria de transformação, assim como o comércio, teve grandes prejuízos nos últimos dois anos por conta da crise. “Muitas empresas perderam competitividade e caíram inclusive em nível tecnológico por conta do apetite tributário dos governos, seja federal, estadual e a maioria dos municípios. Tudo isso afeta a competitividade”, declarou.

Hoje, o Paraná tem 50 mil indústrias, que empregam cerca de 850 mil trabalhadores. Em função da crise, o setor industrial perdeu 90 mil postos, número equivalente a mais de 10% do contingente. Na avaliação de Tockus, a recuperação não acontece “de hoje para amanhã”. “Se as coisas acontecerem como esperamos, talvez no final de 2018 tenhamos números parecidos com 2010 e 2011, porque, no momento, estamos muito impactados pelos problemas que estão por aí”, avaliou.

Por conta da crise, a Fiep criou o “Programa de melhoria da competitividade industrial”, que trabalha em três eixos, conforme explicou o superintendente: incentivo, capacitação e internacionalização. “A ideia é justamente levar às empresas conhecimento, tecnologias, consultorias e oportunidades para que os empresários se mantenham competitivos e mantenham seus mercados”, explicou.

 

Por Assessoria de Comunicação Femipa
Fotos Pedro Vieira

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