Para fechar o 5º Encontro de Assessores de Comunicação da Femipa, a jornalista Camila Agner Bueno, assessora de comunicação do Hospital Uopeccan, apresentou o case “De post em post: construção da nova identidade do Hospital Uopeccan nas redes sociais”. Hoje, o departamento de Comunicação da instituição é responsável pela assessoria de imprensa, comunicação interna, layout e fachadas, redes sociais e site, mas nem sempre foi assim. Camila conta que quando começou a trabalhar no hospital, o perfil da comunicação ainda estava em construção.
Para isso, a jornalista colocou em prática o conhecimento adquirido no Encontro de Comunicação da Femipa do ano passado, e o primeiro passo foi definir uma “persona” para o hospital: feminina, porque percebeu-se que o público é feminino; empática, uma persona com muitos sentimentos; afetuosa; responsiva, que interage muito; e bastante acolhedora. A partir daí, as publicações nas redes sociais começaram a ser planejadas com base nesta persona.
“Com o perfil atribuído, a dúvida foi como fazer com que o público das redes sociais sentisse tudo o que estamos fazendo. Facebook é uma rede social muito alegre, e serve como uma vitrine do hospital. Era essa a imagem que queríamos passar”, destacou.
No início, Camila conta que a principal dificuldade é que existia a obrigatoriedade de uma publicação por dia nas redes sociais, o que, segundo ela, nem sempre era produtivo. Ela mostrou essa realidade para a gerência e garantiu que era preciso ter um conteúdo atrativo, para evitar que muitas coisas fossem o ar sem sentido.
“Buscamos transformar eventos cotidianos em grandes atrações. Apesar de o câncer ser um assunto difícil, tentamos colocar informações positivas, com conteúdo leve e que gerasse engajamento, fazendo com que o público se sentisse parte do que é o hospital”, comentou.
Hoje, a jornalista afirma que o hospital encara as redes sociais verdadeiramente como uma vitrine, pois a partir dela o público percebe que a instituição é acolhedora e que valoriza o ser humano. A partir do conteúdo publicado, foi possível criar uma relação de reciprocidade com aqueles que já conheciam o hospital e simpatizavam com ele, mas que ainda não entendiam bem o papel dele na sociedade.
Diversos conteúdos produzidos pelo departamento de Comunicação do Uopeccan já se tornaram virais na mídia, como o vídeo de um paciente dançando antes de um transplante ou a gravação de uma música composta por outro paciente à espera de transplante. Ambas as publicações ganharam destaque em grandes veículos nacionais, como o portal G1, da Rede Globo, o portal Hypeness, entre outros.
“Percebemos que o público gosta de acompanhar histórias, independentemente se são grandes ou pequenas, positivas ou negativas. Além disso, todos os comentários são respondidos, o que faz com que a pessoa se sinta parte daquilo. Também estabelecemos uma frequência de publicações e séries fixas em que o público ‘conversa’ com a instituição, como o #DepoimentosUopeccan. Hoje, os conteúdos que veiculamos nas redes sociais do hospital se tornam notícia, já que os profissionais da imprensa veem o que foi publicado e demonstram interesse na pauta e conduzimos a produção”, ressaltou.
E para ajudar as equipes de Comunicação dos hospitais filantrópicos, Camila deixou algumas dicas:
– Esqueça as regras e entenda que cada instituição tem as suas especificidades;
– Invista em histórias de pessoas, porque o público gosta de acompanhar a realidade de outros e se identifica com isso;
– Crie maneiras para o público se envolver com o que está sendo publicado;
– Utilize novos recursos em favor da comunicação, como GIFs, vídeos, boomerang, entre outros;
– Incorpore diversos elementos para fortalecer a comunicação;
– Compreenda que a comunicação vai muito além dos profissionais envolvidos e precisa ser humana;
– E o mais importante: as respostas nas redes sociais não são perda de tempo, pois fazem com que a pessoa se sinta acolhida e parte daquele processo.
Por Maureen Bertol – Interact Comunicação
Foto: Pedro Vieira
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