Em mais um dia de partilha de conhecimento, o 16º Seminário FEMIPA trouxe convidados para ministrar palestras importantes para a administração hospitalar. A sala temática de Gestão de Infraestrutura e Logística teve a presença de Sonia Denize Clivati, farmacêutica do Centro Hospitalar São Camilo, e Alexandre Santos, gerente comercial da Bionexo, que falaram sobre a importância da padronização para a racionalização de itens, tanto pela perspectiva do hospital quanto do fornecedor.
Sonia abriu sua palestra falando sobre a importância de não deixar material parado no estoque por muito tempo, da padronização na hora da escolha de materiais e da união entre os setores do hospital para que essa padronização funcione para todos. “A farmácia vai trabalhar JUNTO do Setor de Compras”, aponta ela, destacando que, quando há padronização na Farmácia, o Setor de Compras tem seu trabalho otimizado, permitindo que ele seja mais ágil e eficiente.
Por sua vez, o Setor de Compras precisa ouvir aqueles que usam o material que será comprado, já que material não padronizado pode levar à baixa eficiência, com desperdício, e as pessoas capazes de informar quais os problemas de cada material são justamente aqueles que os utilizam no dia a dia. Sonia usou de exemplo um caso no hospital em que trabalha: o Setor de Compras percebeu que, depois de trocarem a marca de cateteres por uma que era mais barata por unidade, o uso do material por atendimento aumentou. Falando com a equipe, descobriram que a qualidade dos cateteres era inferior, o que fazia com que mais unidades precisassem ser usadas.
A farmacêutica falou sobre como é importante que o hospital tenha uma comissão de padronização, que deve ser composta por uma equipe multidisciplinar. As decisões de padronização não devem ser feitas por um único profissional.
Essa comissão deve ser composta por médicos, farmacêuticos, representantes das áreas de compras, enfermagem, administrativa, CCIH e membros consultores. Os membros consultores podem, e devem, ser variados. São quem usa os materiais. Eles devem ser trazidos para padronizar equipamentos relevantes. Um radiologista não é necessário para a avaliação de materiais de limpeza, mas, para a escolha de um material de contraste, ele pode ser necessário, já que é quem faz o uso desse material.
Alexandre Santos, que palestrou em conjunto com Sonia Clivati, trouxe a perspectiva dos fornecedores para a conversa sobre padronização. “Padronização não envolve apenas materiais”, lembrou o gerente comercial da Bionexo, que diz que distribuidores têm vantagens ao trabalhar com clientes com uma padronização eficiente. “As negociações com esses hospitais saem na frente e se concluem mais rapidamente”, completou ele.
Santos apontou como a falta de padrão e organização pode tornar os processos de compra confusos, dificultando a aquisição de informações por parte de todas as partes, o que torna erros mais prováveis e causa atrasos, mesmo quando os erros não acontecem.
De acordo com Santos, muita coisa pode ser padronizada. Processos, medicamentos, materiais, OPMEs (Órteses, Próteses e Materiais Especiais), protocolos de conduta, indicadores, código de ética, além de planejamentos de demanda, métodos de compra e gestão de inventários e documentos.
Texto: Assessoria de imprensa Femipa – Breno Soares
Foto: Pedro Vieira
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