Na Santa Casa de São Paulo (SP), as imagens de banco normalmente utilizadas para ilustrar as postagens nas redes sociais foram aposentadas durante a pandemia. Quem passou a protagonizar esse espaço foram os próprios colaboradores, o que trouxe uma renovação para toda a comunicação da instituição. “Começamos a usar as imagens dos colaboradores para ilustrar nossas redes sociais. Essa motivação em participar veio deles, juntamente com os depoimentos que começamos a adicionar no conteúdo. A partir disso, percebemos um envolvimento muito maior e um ganho de visibilidade em nossa comunicação interna e externa”, relatou a diretora de Relações Institucionais da Santa Casa de São Paulo, Júlia Maria Povoas Ferreira, durante o segundo tema exposto na tarde desta quarta-feira (30), na sala de Gestão de Pessoas, na 14ª edição do Seminário Femipa.
A diretora trouxe, ainda, outros exemplos dos impactos da comunicação durante a pandemia. Com a evidência dos hospitais no noticiário durante esse período, a Santa Casa SP, por meio da assessoria de imprensa, contou com total de quatro mil pautas positivas na imprensa. Além disso, ações que envolviam doações e antes ficavam focadas no envolvimento da diretoria passaram a contar com a participação dos colaboradores de modo geral.
A instituição também investiu na elaboração de uma nova intranet, pensando em envolver os colaboradores ao máximo e motivar a comunicação por este canal. “Estamos sempre pensando em novas formas de aproximar essa comunicação, mas precisamos criar uma cultura no nosso portal institucional como sendo o principal meio de as pessoas estarem envolvidas com as questões institucionais pertinentes ao nosso meio. É um processo de mudança cultural”, pontuou Júlia. Para que todos os colaboradores tenham condições de usufruir dos conteúdos da intranet, foram instaladas salas de treinamento nas unidades da Santa Casa, a fim de garantir acessibilidade.
Mesmo com toda a renovação digital, Júlia ainda destacou que foi necessário continuar na adaptação do conteúdo da intranet para manutenção do Jornal Mural por solicitação dos colaboradores, que segue em pontos estratégicos nos hospitais.
A partir de um trabalho transversal entre RH, T.I. e Comunicação, bem como a integração e escuta das pautas sugeridas pelos colaboradores, a diretora da Santa Casa de SP considera que, durante a pandemia, houve um ganho sinérgico para a instituição como um todo. Para Júlia, o projeto mais complexo foi estabelecer o canal de denúncias, pois exigiu pensar toda a estrutura além da comunicação e recepção, envolvendo quem vai receber e encaminhar os assuntos. “Apesar dos desafios, recomendo a implantação do canal. Porém, tem que pensar toda estrutura. Temos, hoje, um Comitê que envolve algumas áreas, como Qualidade, RH, Comunicação, Auditoria, Jurídico e Diretoria, o que garante uma boa apuração”, destacou.
Exemplo em Curitiba
Na sequência, complementando a abordagem, o gerente de Tecnologia da Informação do Hospital São Vicente de Curitiba (PR), Everton Paiva, trouxe o tema “Relacionamento com os profissionais de saúde: comunicação, acesso à informação e a novas tecnologias”. Para o gerente, o objetivo de pensar em uma comunicação eficiente passa por deixar todos atuando na mesma página. “Comunicação interna é o que faz com que a roda gire. Não adianta o melhor equipamento se todos os profissionais não seguirem os protocolos e funcionarmos como uma orquestra”, avaliou.
Assim como outras instituições, o São Vicente montou um comitê de crise com as principais equipes dentro da pandemia para definir como divulgar as informações da melhor forma possível. “Os impactos das ondas da Covid-19 fizeram com que a informação precisasse chegar até as pessoas estratégicas, para, então, refletir na ponta. Fazer com que isso acontecesse ajudou a gerenciar com um pouco mais de calma para a tomada de decisões complexas por parte dos profissionais, mesmo dentro do caos”, explicou Paiva.
Apesar da tentativa de estabelecer novos canais e até uma formatação mais institucional, o gerente relatou que o uso do WhatsApp acabou sendo inevitável tanto para a equipe quanto como estratégia para visitas virtuais e conexão dos pacientes com os familiares. Assim, a comunicação foi centralizada e formalizada via e-mail e jornal mural, porém, manteve-se a preocupação para ser multicanal a fim de atender todas as demandas e que a comunicação se tornasse fluída.
Outro ponto que Paiva trouxe como exemplo aplicado na parte interna da comunicação entre as equipes do São Vicente foi o uso de BI para trazer as informações de forma dinâmica e precisa em relação ao andamento dos internamentos. Além disso, o apoio tecnológico chegou até as salas de cirurgia, com o uso de telas que vêm auxiliando os médicos e substituindo a impressão de exames, o que acrescenta mais precisão à avaliação dos profissionais e gera menor impacto ambiental na questão do uso do papel.
Fonte: Assessoria de imprensa Femipa – Giórgia Gschwendtner
Foto: Pedro Vieira
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